Quem me conhece sabe o quanto sempre gostei de fazer trilhas e me aventurar no meio da mata, observando os detalhes - ou mesmo apenas aproveitando para um exercício mais puxado e sem as artificialidades abomináveis de uma academia. Odeio academia. E também odeio ficar caminhando em volta de pracinhas, andando em círculos como o cão que persegue o próprio rabo. Acho que eu já escrevi isso aqui antes. Não importa. É verdade.
Sorriso discreto no rosto, satisfação estampada, lá fui eu andar os quase três quilômetros de percurso. No meio do caminho normalmente encontro algumas amigas capivaras, mas nesse dia elas estavam tímidas e a única que vi resolveu dar um mergulho quando me aproximei com a câmera. Não tem problema. Os patos fizeram a tarefa de relações públicas. Estavam tão bonitinhos e organizados que não resisti. Clique neles.
O passeio me fez bem. Aliás, sempre faz, não é mesmo? Voltei um pouco renovada pra casa, pronta pra fazer mais milhares de contatos profissionais.
Na verdade, hoje estou precisando novamente desse momento-relaxamento, porque a angústia tem teimado em bater à minha porta. Eu resisto porque gosto de ser positiva e acho que já deixei a tristeza conviver comigo tempo demais quando era mais nova. Gosto de ser uma pessoa alegre e contagiante, com boas vibrações e sempre ideias que me fazem bem. Às vezes dou uma fraquejada, mas quem não é assim?
O importante é lembrar o velho chavão de que cada dia temos a oportunidade de recomeçar e de fazer tudo diferente. Aliás, foi com esse mesmo propósito que me mudei para Campinas: pronta pra começar uma nova vida, tentando mudar os defeitos que vejo em mim e que me irritam. Como é difícil! Parece que, mesmo com 30 anos, já sou uma velha resistente e intolerante. Mas também sou insistente, ah sou. Aos poucos vencerei meus velhos maus hábitos e conseguirei ultrapassar as limitações que insisto em achar que tenho.
Vou ao mercado, perguntar ao rapaz das prateleiras se eles vendem um pouco de autoconfiança por lá. Ah, e se venderem dinheiro também, baratinho, eu compro! Pago um real em uma nota de 50. Vale?