segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sobre os dias e as mudanças

Sempre tive a tendência de trocar o dia pela noite. Adoro a luz do sol e a claridade dos dias, mas as noites me revelam surpresas muito mais produtivas - minha mente fica mais agitada e meus neurônios parecem entrar em atividade mais constante. Sempre é de noite que tenho ideias - muitas das quais se dissipam com o nascer do sol. As noites são mais aconchegantes, embora mais solitárias. E talvez seja exatamente por seu silêncio tranquilo que goste tanto delas.

Pensando nisso me ocorreu agora que até no dia-a-dia as mudanças são vistas de forma arredia. Sim, porque gosto da claridade do dia e da escuridão da noite. Mas simplesmente não suporto aquela hora do dia em que não dá para enxergar direito, aquela transição antipática entre o claro e o escuro, por volta das seis da tarde. Depois que a noite ganha seu espaço, aí, sim, a mudança começa a ser aceita e bem-vinda. Mas antes disso, todos os dias, enquanto luta para dominar o dia e se sobrepor a ele, simplesmente provoca preguiça, desânimo e resistência.

Acho que é natural do ser humano se apegar a coisas, lugares e pessoas que lhe tragam tranquilidade, por meio dos quais se sente seguro e confortável. Mudar assusta, porque requer força para enfrentar um mundo novo. E mesmo que esse mundo traga um rol de novas possibilidades e oportunidades, ainda assim dá medo. Melhor quando se tem o apoio de todos os que nos amam. Mais difícil quando eles só conseguem enxergar a ausência.

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