terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mãos de tesoura

Hoje cismei que queria cortar o cabelo. Aliás, tenho falado isso há tanto tempo e hoje enfim resolvi colocar o pensamento em prática. Já até havia pedido a uma amiga, por msn, pra cortar as pontinhas da minha cabeleira, mas Clarissa gentilmente recusou. Claro. Então criei coragem. Calma, não pensem que fui afoita o suficiente pra cortar o cabelo eu mesma... Não, não nesse momento. Não inicialmente. Convenci minha mãe a ir comigo ao cabeleireiro e lá fomos nós duas rumo ao salão do especialista da família no Setor Oeste.

Falei pra ele tirar só uns três dedos. Ele deve ter tirado uns seis. Ficou ótimo. Eu realmente estava precisando cortar os fios pra dar força a eles e evitar que ficassem embaraçados. Meia hora depois, no entanto, cismei que o franjão desfiado havia ficado comprido demais. Cheguei em casa e achei por bem esquecer o assunto, deixar isso de lado e seguir trabalhando - estou com uma apostila enorme pra desenvolver!!! Mas agora à noitinha minhas mãos começaram a tremer novamente, como se eu estivesse abstêmia há dias. Como os computadores estavam ocupados, elas ficaram afoitas demais. E lá foram elas atrás da tesoura...

Eu sempre soube que como cabeleireira eu sou uma ótima jornalista, mas vira e mexe tenho esses ataques de querer "desfiar" a frente do meu cabelo. O lado esquerdo sempre fica uma maravilha - mesmo! -, mas o direito... ihhh, é melhor não reparar muito nele. E hoje ainda exagerei na dose. Esqueci que cabelo molhado é mais comprido do que seco e acabei transformando meu "lindo repicado central" em uma franjinha safada. Agora tô aqui colocando ela meio de lado, escondida entre os fios mais compridos. Não só porque o dom de deixar as coisas retinhas e simétricas não foi uma habilidade que Deus me deu.

Acho que a primeira vez que inventei de cortar meu cabelo sozinha, sem qualquer ajuda, estava em São Paulo. Estava morando lá por ocasião do curso do Estadão e, sem conhecer a cidade, sem dinheiro pra ir a um salão famoso e com o cabelo despontado por seis meses sem ver a cara de uma tesoura, acabei entrando no primeiro salãozinho que vi, numa daquelas lojinhas de conveniência de um Carrefour.

O rapaz - que cabeleireiro certamente não era! - teve a capacidade de fazer a frente de um comprimento e a parte traseira de outro. Não havia harmonia. Era como se eu fosse duas pessoas diferentes: uma de frente e outra de costas. Parecia um picote encaixado, daqueles tipos que a gente faz no jardim de infância, quando corta e cola pedaços de papel aleatoriamente em uma cartolina. Pra não ficar ainda pior, saí correndo do salão e deixei como estava. Cheguei em casa e lancei mão da primeira tesoura que vi. E sinceramente, achei que o resultado havia ficado lindo! Tinha uma festa pra ir à noite e todos os conhecidos, ao menos por educação, disseram que meu cabelo estava ótimo! Obrigada!

Acho que essa ilusão me fez repetir a façanha algumas vezes, mas nunca mais me senti tão bem-sucedida quanto naquele dia. Mas não canso! Eu sei que ainda vou aprontar outras desse tipo muitas vezes na vida e quem sabe um dia eu acerte novamente. Não foi hoje. Enquanto isso, mais uma vez, ainda bem que cabelos crescem. Ufa!

Ah! E tentem não reparar no lado direito dele quando me virem. Por favor. :)

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