sábado, 29 de maio de 2010

Cheia de dedos

Ameixa e beterraba. Uma combinação que eu adoro quando o assunto é a cor do esmalte. Pois hoje, uns seis meses depois de fazer as unhas pela última vez, decidi enfrentar o preço absurdo que as manicures paulistanas cobram e deixar minhas unhas bonitinhas novamente. Estou de férias da cozinha - então pude me dar ao luxo de escolher um vermelho berrante, que combine bem com aquele cachecol que vai me fazer companhia no inverno.

Aproveitei para aparar as pontas da cabeleira. Não suportava mais os nós e as pontas duplas, que se entretinham em tricôs que viravam verdadeiros ninhos de mafagafo. O saldo: duas horas no salão e R$ 40 a menos no bolso. Eu precisava. Saí de alma lavada e com os dedos esticados para não estragar o trabalho bem feito. Cheguei em casa, cabelos esvoaçantes ao gélido vento invernal, e, com todo o cuidado do mundo, estendi a roupa que havia ficado descansando na máquina esperando meu retorno. Estendi assim mesmo, sem me dar ao trabalho de colocá-las do avesso. Afinal, as unhas vermelhas merecem todo o cuidado e atenção do mundo.

Da cozinha, minha avó me oferece um pedacinho de chocolate - Talento com castanha-do-pará. E a tal guloseima, vingativa porque iria ser digerida alvoroçadamente por mais de uma boca gulosa, resolve se vingar: ao não querer ser quebrada para ser devorada, faz meus dedos escapulirem e irem direto rumo ao anel pontiagudo. O resultado? Alguns xingamentos desmedidos e uma unha vermelha estilhaçada, com uma imensa listra afundando o esmalte. Ai que vontade de esmigalhar aquele Talento!



***

Aos desavisados: estou em São Paulo, aproveitando o cinza da cidade para vidrar os olhos nas vitrines de inverno, recheadas de casacos lindos, blusas de lã convidativas e botas chiquérrimas. Não bastasse esse impulso consumista que tem me atormentado, estou editando um guia de shoppings da cidade - daqueles que dão vontade de visitar tudo e comprar mais ainda. Sorte que sou editora e não repórter, senão já teria sido vencida e as sacolas certamente seriam minhas companheiras diárias ao retorno para a redação.

Um comentário:

  1. Lendo seus textos dá mais saudade ainda de você! Fico imaginando sua cara de "eu queeeeeeeeeeeeero" na frente da vitrine, e sua cara de "que óóóóódiooo" da sua unha estragada!
    :))) saudade amiga vaca vizinha...

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