terça-feira, 20 de abril de 2010

Impressões campineiras - recomeço

Já estou em Campinas há oito meses e não escrevi metade das coisas que queria dizer a respeito da cidade. Não comentei que ela é bonita e arborizada, com muitas avenidas largas e diversos viadutos que nos deixam completamente perdidos e embasbacados. Não falei ainda dos agitos noturnos e nem de passeios possíveis. Mas ainda há tempo. Sempre há tempo.

Moro em um apartamento de quase 90 metros quadrados, com três quartos e duas pequenas varandas, sala, cozinha, área de serviço e despensa. E banheiros, claro. No condomínio temos uma excelente piscina e uma área bem bacana para festas e churrascos. A localização não poderia ser melhor. Aliás, pra ser melhor, só mesmo se fosse uma casa, com bastante espaço no quintal, suficiente para abrigar ao menos um rottweiller.

Área comum aqui do prédio

Aqui pertinho, na distância de menos de uma quadra, tem um pouquinho de tudo: verdurão, açougue, supermercado, farmácia (pelo menos duas), academias, papelaria, Subway, lotéricas. Aqui perto fica a rodovia D. Pedro I, que dá acesso à via Anhanguera e também à Dutra (principais estradas para São Paulo e Rio de Janeiro). De carro, é super fácil e rápido chegar ao maior shopping horizontal da América Latina (Parque Dom Pedro), à Unicamp, à PUC-Campinas e a um Carrefour, onde faço todos os meses minhas tradicionais compras de Amélia.

Do outro lado, mas a menos de dois quilômetros de distância, fica o Parque Portugal, que abriga a Lagoa do Taquaral, sobre a qual já falei em um post anterior. É um lugar muito bonito, com muitas árvores, tranquilidade e paz. O pessoal daqui sempre usa a pista interna do parque, ao redor do lago, para caminhar e correr. Fones de ouvido plugados, lá vão eles nos seus ritmos próprios, andando ou correndo, cantarolando ou aproveitando o momento de solidão para colocar os pensamentos em ordem. Já faz um tempo que não apareço por lá, mas confesso que é uma atividade bastante prazerosa (e saudável, saliente-se).

Daqui do décimo terceiro andar, minha vista é um tanto quanto limitada pelos muitos prédios ao redor - nenhum, no entanto, tão grudado a ponto de conseguirmos cumprimentar os vizinhos com um recatado olá. De vez em quando somos surpreendidos com alguma discussão mais alta ou com os gritos da molecada jogando basquete na quadra ao lado. Mas isso não é frequente. Frequentes mesmo são os gritos eufóricos das torcidas corinthiana e são-paulina, que ficam se enfrentando a cada dia de jogo com provocações engraçadíssimas esbravejadas pelas janelas.

À noite, às vezes temos a sorte de sermos contemplados com a visita da lua a nos espionar. Encantador.

 A lua vista da sacada aqui de casa

Durante o dia, quando está claro, é até possível ver partes de uma planície verdejante ao fundo dos prédios que nos circundam, por onde ainda hoje passam os vagões de uma solitária Maria-Fumaça. Seu apito sempre é ouvido aos sábados e domingos, quando a locomotiva segue o trajeto Campinas-Jaguariúna - uma tentativa de manter viva a lembrança dos tempos em que as ferrovias eram o único meio capaz de aproximar pessoas de cidades distintas. Engraçado como hoje temos possibilidades um tanto quanto mais avançadas e mesmo assim parece que estamos cada vez mais distantes.

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