quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Recadinhos

O meu Dia D está chegando e estas últimas semanas estão cheias de despedidas e gostosos reencontros. Nunca canso de dizer o quanto é bom rever amigos que o tempo não leva embora. Estranho é perceber que é preciso ir embora pra rever tanta gente que faz parte de nossa vida. E como estou com um gostinho de nostalgia na boca, quis escrever alguns recadinhos.

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Vanessa, amiga querida de uma vida inteira. Você vai me fazer uma falta imensa. Quero ver você fazer muito sucesso - o final do doutorado vai ser só o primeiro passo para muitas conquistas. E não se preocupe que todas as intempéries de hoje vão cessar e serão apenas uma vaga lembrança de alguns dias ruins. :) Ah, e eu continuo querendo ser madrinha!

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Clarissa, amiga especial que dividiu tantas histórias comigo. Você também vai me fazer muita falta. Mas quem sabe eu não consiga fazer você se mudar também e explorar novos horizontes, ali pertinho de mim? Nova casa, novo emprego, novas oportunidades, novos amigos e novo(s) namorado(s) lhe aguardam por lá! Nossos caminhos ainda vão se cruzar, você vai ver!

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Agatha e Fernanda, adorei a saída ontem. Aquele chopp paulista do Glória é especial, mas a companhia foi a melhor fatia da noite. :) Mesmo depois de muito tempo, continuamos rindo de nossas bobeiras e imaginações férteis. Maria, seja feliz no seu novo emprego e na nova casa. E veja se consegue ser mais organizada! Nanda, me avisa se a pholiamagra funcionar. hahaha. Sintam-se intimadas a manter contato!

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André e Larissa, uma vida linda espera vocês - e agora nem tem jeito de ficarmos de fora, né cumpadis? O casamento promete e a lua de mel, então, nem se fala! A gente certamente ainda vai se ver muito. Afinal, estaremos em sua cidade, né Dedé?

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Lídia, amiga exemplo de força de vontade, garra e dedicação. Sinto muito por termos ficado tão distantes. Mas tenho certeza de que você vai superar tudo e conseguir concretizar todos os seus planos. Não suma!

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Fernando, continue mandando muitos mails, mesmo que sejam só de política! :) Um abraço especial à Ana e aos filhotes Laila e Jordan. (Mas faça uma forcinha pra mandar e-mails pessoais tb... hehehe)

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Michelle, quem sabe combinamos um novo reveillon na praia? Sua companhia é sempre bem-vinda!


*Thiago e Wanessa, Paulera e Andressa, Rose, Ana Maria, Raquel, Maurão, Paulinha e Thiago, entre tanta gente que estou correndo o risco de não mencionar: este post também é pra vocês! Verli e Carina, PC e Bia, Reginaldo, Flavitcha, Nuti e Gustavo: vocês já estão longe há tempos, então aprendemos a lidar com as ausências. Agora, Campinas será só mais um lugar que têm para visitar!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu não disse isso!!!

Acho que todo mundo de vez em quando pesquisa seu próprio nome no Google. Bom, eu faço isso de vez em quando. Sempre aparecem algumas matérias, um link para blog, alguns artigos, portfólios em sites, enfim, um pouco da minha vida profissional mesmo. Mas sempre que eu me deparo com aquela matéria ching-ling que fiz quando trabalhava na Cultura Online assinada como se eu fosse uma entusiasta da técnica e não uma repórter, fico realmente irada.

Esclareço: a matéria era sobre uma técnica de acupuntura que, segundo o terapeuta, poderia auxiliar no emagrecimento. Até aí, tudo bem. Como jornalista que recebeu a pauta para desenvolver, tinha obrigação de ir lá conhecer o tal acupunturista - um chinês baixinho que mal falava duas palavras em português. Feita e publicada a matéria, qual não é a minha surpresa quando me deparo com meu texto na edição da Veja Goiânia, como um anúncio publicitário com meu nome assinado embaixo, como seu eu estivesse validando tudo o que o baixote havia dito.

Irada, decidi processá-lo. Nem autorização para utilização do texto ele havia pedido, oras! E meu nome foi, sim, usado indevidamente. Era o ano de 2006, se não estou enganada. E, às voltas com trabalho - muito trabalho - e prestes a mudar de emprego, acabei largando mão de processar o tal chinês. Bobinha, eu sei. Mal de brasileira nata, que deixa de lado coisas que vão dar muita dor de cabeça por pouco.

O fato é que ainda hoje sou obrigada a ver esse texto passeando por aí, perpetuando-se na internet. A diferença é que agora ele roda em sites de conteúdo duvidoso e blogs de emagrecimento - e eu não emagreci nada, meu Deus! Nem ao menos experimentei essa técnica mirabolante! Como posso ter dado um depoimento? Pior ainda: nem o nome do chinês tem aparecido mais. Agora usam partes rasgadas da matéria - ou até inventam belezuras -, algo como "Acupuntura emagrece mesmo. A técnica surpreende e é altamente eficaz". Assinado: jornalista Liliane Bello. Ninguém merece! Eu, que estou bem mais pra gordinha do que pra magrinha, fazendo propaganda de método de emagrecimento...

Esse é o mal do ctrl+C, ctrl+V. Poucos se importam realmente com a veracidade das fontes ou com a procedência dos dados. E agora acho que é tarde pra processar! E segue a propaganda enganosa por aí.

domingo, 9 de agosto de 2009

O tempo e o vento

Antes eu sabia o telefone dos meus amigos de cor. Das amigas de infância-adolescência, então, nem se fala! E se era mais de um, sabia também. Hoje, tenho tudo anotado no celular. E mal-e-mal sei os prefixos. Logo, se o celular fica sem bateria, sem ter como carregá-la, eu não sei como ligar pra ninguém! E ninguém me liga mais no telefone daqui de casa. Já virou rotina falar só pelo celular, celular, celular. O resultado é um sabadão em casa, mesmo depois de ter combinado desde quarta-feira uma saída com as amigas. Mau, muito mau.

Aproveitei o tédio para desenvolver o trabalho que me comprometi a fazer. Fácil, mas trabalhoso. No fim foi bom, pois ontem já havia dado uma escapadela que era pra ser rápida e que durou a noite toda. Antes de encontrar alguns amigos no Thiosti, passei na casa de uma amiga querida que não via há muito, mas muito tempo mesmo. Fiquei realmente feliz em vê-la bem. E fiquei realmente triste por ter percebido o quanto me afastei de pessoas incríveis que concluíram a faculdade de Jornalismo comigo.

Acabei me envolvendo em tantas coisas simultâneas e os encontros com a turma acabaram ficando cada vez mais escassos. Agora já não sei se há tempo de resgatar o passado. Estou de malas prontas e os dias são curtos para marcar tantos happy hours. E ainda se conseguisse, algumas horas de conversa não colocariam em dia anos sem convivência. O pior é que isso não vale só para os colegas de jornalismo, mas para tantas pessoas queridas, que têm um espaço importante na minha trajetória e na minha vida. Triste.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mãos de tesoura

Hoje cismei que queria cortar o cabelo. Aliás, tenho falado isso há tanto tempo e hoje enfim resolvi colocar o pensamento em prática. Já até havia pedido a uma amiga, por msn, pra cortar as pontinhas da minha cabeleira, mas Clarissa gentilmente recusou. Claro. Então criei coragem. Calma, não pensem que fui afoita o suficiente pra cortar o cabelo eu mesma... Não, não nesse momento. Não inicialmente. Convenci minha mãe a ir comigo ao cabeleireiro e lá fomos nós duas rumo ao salão do especialista da família no Setor Oeste.

Falei pra ele tirar só uns três dedos. Ele deve ter tirado uns seis. Ficou ótimo. Eu realmente estava precisando cortar os fios pra dar força a eles e evitar que ficassem embaraçados. Meia hora depois, no entanto, cismei que o franjão desfiado havia ficado comprido demais. Cheguei em casa e achei por bem esquecer o assunto, deixar isso de lado e seguir trabalhando - estou com uma apostila enorme pra desenvolver!!! Mas agora à noitinha minhas mãos começaram a tremer novamente, como se eu estivesse abstêmia há dias. Como os computadores estavam ocupados, elas ficaram afoitas demais. E lá foram elas atrás da tesoura...

Eu sempre soube que como cabeleireira eu sou uma ótima jornalista, mas vira e mexe tenho esses ataques de querer "desfiar" a frente do meu cabelo. O lado esquerdo sempre fica uma maravilha - mesmo! -, mas o direito... ihhh, é melhor não reparar muito nele. E hoje ainda exagerei na dose. Esqueci que cabelo molhado é mais comprido do que seco e acabei transformando meu "lindo repicado central" em uma franjinha safada. Agora tô aqui colocando ela meio de lado, escondida entre os fios mais compridos. Não só porque o dom de deixar as coisas retinhas e simétricas não foi uma habilidade que Deus me deu.

Acho que a primeira vez que inventei de cortar meu cabelo sozinha, sem qualquer ajuda, estava em São Paulo. Estava morando lá por ocasião do curso do Estadão e, sem conhecer a cidade, sem dinheiro pra ir a um salão famoso e com o cabelo despontado por seis meses sem ver a cara de uma tesoura, acabei entrando no primeiro salãozinho que vi, numa daquelas lojinhas de conveniência de um Carrefour.

O rapaz - que cabeleireiro certamente não era! - teve a capacidade de fazer a frente de um comprimento e a parte traseira de outro. Não havia harmonia. Era como se eu fosse duas pessoas diferentes: uma de frente e outra de costas. Parecia um picote encaixado, daqueles tipos que a gente faz no jardim de infância, quando corta e cola pedaços de papel aleatoriamente em uma cartolina. Pra não ficar ainda pior, saí correndo do salão e deixei como estava. Cheguei em casa e lancei mão da primeira tesoura que vi. E sinceramente, achei que o resultado havia ficado lindo! Tinha uma festa pra ir à noite e todos os conhecidos, ao menos por educação, disseram que meu cabelo estava ótimo! Obrigada!

Acho que essa ilusão me fez repetir a façanha algumas vezes, mas nunca mais me senti tão bem-sucedida quanto naquele dia. Mas não canso! Eu sei que ainda vou aprontar outras desse tipo muitas vezes na vida e quem sabe um dia eu acerte novamente. Não foi hoje. Enquanto isso, mais uma vez, ainda bem que cabelos crescem. Ufa!

Ah! E tentem não reparar no lado direito dele quando me virem. Por favor. :)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sobre os dias e as mudanças

Sempre tive a tendência de trocar o dia pela noite. Adoro a luz do sol e a claridade dos dias, mas as noites me revelam surpresas muito mais produtivas - minha mente fica mais agitada e meus neurônios parecem entrar em atividade mais constante. Sempre é de noite que tenho ideias - muitas das quais se dissipam com o nascer do sol. As noites são mais aconchegantes, embora mais solitárias. E talvez seja exatamente por seu silêncio tranquilo que goste tanto delas.

Pensando nisso me ocorreu agora que até no dia-a-dia as mudanças são vistas de forma arredia. Sim, porque gosto da claridade do dia e da escuridão da noite. Mas simplesmente não suporto aquela hora do dia em que não dá para enxergar direito, aquela transição antipática entre o claro e o escuro, por volta das seis da tarde. Depois que a noite ganha seu espaço, aí, sim, a mudança começa a ser aceita e bem-vinda. Mas antes disso, todos os dias, enquanto luta para dominar o dia e se sobrepor a ele, simplesmente provoca preguiça, desânimo e resistência.

Acho que é natural do ser humano se apegar a coisas, lugares e pessoas que lhe tragam tranquilidade, por meio dos quais se sente seguro e confortável. Mudar assusta, porque requer força para enfrentar um mundo novo. E mesmo que esse mundo traga um rol de novas possibilidades e oportunidades, ainda assim dá medo. Melhor quando se tem o apoio de todos os que nos amam. Mais difícil quando eles só conseguem enxergar a ausência.

domingo, 2 de agosto de 2009

Leituras

Ontem terminei de ler o romance A Sombra do Vento, depois de tanto tempo com ele em mãos. As primeiras cem páginas foram lentas, mas a partir de então terminei as outras 300 em dois dias. A verdade é que gosto de economizar meus livros - ao mesmo tempo em que quero ler muita coisa, também quero que cada história única dure um pouquinho mais. Mas fato é que, em tempos de ociosidade, nada melhor do que a companhia de um bom livro pra fazer o tempo valer à pena. E cheguei ao fim de suas páginas, esquecendo que já despachei para Campinas todos os outros livros da minha "fila de leitura".

Remexi nas estantes aqui em casa, ainda recheadas de volumes da extinta série vagalume que tanto marcou minha pré-adolescência, e descobri em um canto uma edição de bolso de Clarissa, de Erico Veríssimo. Os dedos já percorreram suas páginas e os olhos já começaram a ficar ansiosos por mais uma leitura.

O gostoso de ler é que cada linha nos remete a um universo diferente e nos instiga a contar e relembrar histórias de nossas próprias vidas - ou mentes. O terrível é ter a certeza de que aos poucos todo o conteúdo degustado ficará nublado, incerto, escondido em algum cantinho inacessível para as lembranças diárias. Mas assim vamos indo: um livro após o outro, mesmo que ao final só restem vagas recordações do enredo.

Agora, vou entregar meu tempo livre à Clarissa - uma bela adolescente gaúcha do início do século passado.