O mês era agosto quando amontoei as roupas, despejei-as no porta-malas do carro e peguei a estrada rumo a Campinas/SP. Os planos da mudança já tinham sido iniciados poucos meses antes e, após aquelas chatas e necessárias tramitações com mudanças e organizações mil, enfim falei tchau com os olhos marejados, deixando pra trás uma cidade que havia me abrigado por quase 30 anos. Ainda não amanhecera - e o breu da noite envolveu o caminho até que a alvorada enfim estendeu seus braços, sempre mais acolhedores e dotados de esperança do que a sombria escuridão.
Quase mil quilômetros. Três estados diferentes. Amanhecer, sol e chuva. Tudo isso marcou o trajeto. Vários Brasis em um só Brasil. Cidades grandes, cidades pequenas, currutelas e metrópoles. Aqui há um pouco de tudo, não? E basta viajar só um pouquinho para perceber os contrastes - um município calçado com paralelepípedos, uma vila que sobrevive do comércio à beira da estrada, uma cidade afundada em placas mal escritas ou apagadas pelo tempo. Em São Paulo, a privatização das estradas de rodagem pelo menos ameniza a dor da distância que se aprofunda. Da paisagem ressecada e contorcida do cerrado, surgem amplos campos verdes e plantações gigantescas - milho, cana de açúcar, café, laranja... O Brasil é mesmo um país maravilhoso!
Enfim, Campinas - uma cidade grande, com centenas de anos em suas costas. Guarda a proximidade com a megalópole paulista como uma vantagem e ao mesmo tempo ainda conserva um quê de interior. Cidade de estudantes, atraídos por uma das mais conceituadas universidades do País, é também um município jovem e cheio de vida, cujas vias principais seguem cheias como veias que interligam cada um de seus pontos. Como toda cidade, tem seus cinzas predominantes sobre os verdes ou azuis. Mas guarda algumas agradáveis surpresas entre os parques e os bares.
É cidade do R puxado, de gente que luta e gera riquezas, de cantos sertanejos e de bares inflamados. É apenas mais um aglomerado deste País gigante, que, tal como as demais regiões com mais de um milhão de habitantes revela pontos positivos e negativos. Resta a mim e aos demais campineiros - de ocasião ou de nascença - desbravar o melhor que pode oferecer. Eu estou fazendo a minha parte. E estou gostando muito.
Você escreve muito bem, Lili!! Ótimo texto! :)
ResponderExcluirBeijo!
obrigada, Carlinha! ;)
ResponderExcluirTu es uma ingrata! Viveu a vida toda dormindo até meio-dia e indo dormir qdo o sol começava a surgir, e, em nome de uma mera licença poética, escreve "sombria escuridão".
ResponderExcluirShame on u, my dear! Quem te conhece, não te perdoa!
Saudades de vc! Puta merda, pq a vida é assim ein?
Abçs,
Fernando.
PS.: Não vou falar pra vc escrever mais. Desisto.
PPS.: Escreva mais, caralho! Unleash yourself, Lili...
Ah, fiquei pensando no seu post.. e me lembrei de uma coisa importante em Campinas: as malditas (ou benditas?) padarias!!!! Elas são do mal!!!! Haja coisas gostosas rsrsrsss
ResponderExcluirQuando penso em Campinas, me lembro disso :)
Beijos!
P.S: Assino embaixo do Fernando! Escreve mais!!!!