Eu sou saudosista. Confesso. Tanto que o passado é um dos meus temas favoritos. Mas isso não tira a glória do meu presente. Um presente. Claro que eu sempre tenho um mundo de coisas pendentes, pois adoro tentar abraçar o mundo com apenas meus pequenos braços, mas, independentemente disso, eu aprendi a ser feliz. Feliz não no sentido de sorrir o tempo inteiro e parecer uma pessoa alegre - e até irreal -, mas feliz no contexto mais amplo de felicidade: aquele que é uma soma de todos os altos e baixos, de todas as alegrias e tristezas.
Uma decolada, uma derrapada, um escorregão, um beijo, um abraço, um teto aconchegante, pessoas maravilhosas ao meu redor, pessoas nem tão maravilhosas ao meu redor, um telefonema de alguém distante, um bilhete de alguém mais próximo... Ok, no fim, o balanço é positivo. Sim, eu sou feliz.
Eu gosto do que conquistei, gosto de quem sou, gosto do que penso. Não sou absoluta, é verdade - e, sim, preciso melhorar muitas coisas em mim. Mas quem não precisa? Eu não tenho muitas opiniões fechadas, não sou a dona da razão e nem quero ser. Só quero respeito. Gosto de discussões saudáveis. E não tenho tanta vergonha assim de admitir que não sei muito bem algumas coisas que deveria saber. Quem foi que disse que jornalista tem que saber de tudo? Quem foi que disse que é inaceitável não saber do que está acontecendo no mundo, no País, no estado ou na cidadezinha que bem poderia ser o fiofó do mundo? Sinto muito, mas estreitas são as pessoas que pensam assim.
Tá, já sei. O texto tá bem costurado, mas já mudei de assunto umas três vezes, né? Estou devaneando. É que estou enérgica, estou com vontade de fazer tudo que não fiz até hoje de uma vez só. E sou apenas uma. Tenho apenas duas mãos. E meus braços realmente não são tão grandes quanto eu gostaria que fossem!